A wish

É incrível a forma como levamos anos a construir e, de uma momento para o outros, as podemos deitar por terra. Temos de aprender com os erros... E se formos burros? E se tivermos sido educados para ser asnos calados, sem coragem, apenas crentes, apenas...

A educação constrói-nos... Como nos desconstruímos?

Poetriceria VI - Quebrei como um vaso

Sentado no banco de jardim, olho as árvores. A criançada corre sob o olhar atento do pais e um casal de namorados olha-se, voluptuosamente, ao fundo, num banco de jardim como este. As minhas recordações não me permitem emitir um sorriso, ainda que fosse como máscara ténue. No lago, os patos descrevem círculos harmónicos que parecem uma coreografia de bailado. A água espelha tudo. Está suja, dirty like me.

Levanto-me, puxo do cigarro e avanço para este, rumo à avenida do descobridor português. Tento não fechar os olhos para não ser assaltado pelas imagens nefastas da desvastação em que estou. Busco, nesse momento, uma corda, uma ponta de cor, uma figura que me tire dali, do preto e branco em que me tornei, da ruína que sou hoje, das pedras negras e húmidas que me cercam e embuscam continuamente.

Ensaio e planeio uma forma de fugir daqui... mas não consigo. Por um segundo penso isso mas os restantes mil dizem-me que é impossível conseguir ir mais além, dobrar o destino e a negra sina que a vida nos dita. Quebrei, como o jarro ou o vaso que vai à fonte e, por descuido, cai. Quebrei e não vou conseguir sair deste entorpecimento. De tanto horror, apetece-me fugir. Não tarda muito amo o torpor. Perdi-me e não me vou encontrar...

Benção de Finalistas

Recuso!

Recuso despedir-me dos meus amigos e de quem quer que seja! Sou finalista mas não me vou embora... E mesmo que fosse, tencio-me continuar a "melgar-vos" a cabeça. Foi por isso que fui logo para casa...

Mais Muse numa tarde de nada

Aviso à Navegação - atenção aos casos...


Esta é mais uma daquelas histórias na qual eu não queria acreditar que fosse possível acontecer... Afinal, acontece!

Catálogo Afinsa 2009

Oportunidade digital. Condições a propor. Envie email.

Para ouvir muito alto

Poetriceria V - Falar



- Dr. Fernandes, repare, eu nunca me revelo a ninguém. Nunca! O que acaba de escutar é único, inédito e mais ninguém saberá, por mim, claro.

- Sabe que também não direi nada. É um dever que tenciono cumprir. - Falou com calma. Fumava. Bebia. Este não era um médico normal...

Esteve 2 minutos a percorrer os sofás e o tecto da sala, abespinhando-se de sobremaneira com as sombras que o fogo da lareira lá produzia. A dada altura percebi que não era só por isso. Senti-o como sinto quando as lágrimas estão para chegar. Por fim, inspirou, recostou-se no sofá, bebou um gole do seu gin e disse-me com aspereza:

- Sabe que faz mal e que isso o está a matar por dentro? Imagina a quantidade de sofrimento de que abdicaria? Descarregue em Deus... Nos amigos... Nas putas ou onde quiser, mas precisa de falar! Fale comigo mas não de ano a ano! Fale! Fale!

Terminou o sermão a arfar. E, como se de água se tratasse, engoliu o restante tónico que o fazia falar do que não queria.

- Sabe Dr., agradeço o seu conselho. Milhares já mo deram, uns aos gritos e outros com uma rispidez disfarçada de bondade e suavidade. EU SOU! Não me rebaixo a esse ponto... Acho que estas conversas estão a tornar-se inúteis... É que já nem consigo eu consigo falar e expor o que penso e sinto. Tudo o que me ouviu hoje dizer foi mentira... Ou melhor, foi programado e pensado. Vesti uma máscara que não é a minha. O mais interessante é que ninguém sabe que eu quando digo "sim" isso pode querer dizer: "sim", "não", "talvez", "deves pensar", "penso que sim", "penso que não", "odeio", ... - de repente parei. O Dr. Fernandes olhava-me com um ar incrédulo e extenuante.

Peguei na mala, nos livros e fui-me embora.

RGA: pontos a reter e a melhorar

A RGA (reunião geral de alunos) de ontem na FDL foi memorável mas não pela positiva. Um conjunto de erros, políticos sobretudo, tornaram o cenário enevoado, apenas disperso, dentro de algum tempo, não por S. Sebastião mas pelos exames e pelas férias.

Erro nº 1
A escolha do mais pequeno anfiteatro da Faculdade. A Secretaria nunca disponibiliza o Anfiteatro 1, pelo que ele é sempre ocupado pela AAFDL, que reencaminha (ou a secretaria faz isso) as aulas para os anfiteatros vagos. Submeter-nos às suas directivas é o mesmo que vendarmos os olhos e deixarmos que outro cego nos conduza...

Erro nº 2
Trazer propostas ao plenário que todos os alunos sabem estarem a ser programadas há semanas não augura nada de bom. Ou bem que a informação não passa do estrito espaço da Direcção ou, então, arriscamos a que todos os alunos saibam as propostas que são defendidas e em nome de quem.

Erro nº 3
Não ter o apoio enorme da Lista que nos elegeu. Afinal de contas, esta foi a primeira RGA a sério (a outra foi a de finalistas que nem se pode chamar RGA!) e o apoio a esta Direcção foi pequeno, muito pequeno. Uns congratulavam-se por já não haver "cordeirinhos" mas, in veritas, não podemos, sob pena de descrédito, deixar que as votações e a própria RGa resvalem para sítios que não queremos. Ontem, isso não aconteceu. Começou-se no mapa de exames e, a dada altura, já se discutia a plenos pulmões o Regulamento de Avaliação.
A preparação política exigia, também, que se designassem "apoios" espalhados pelo anfiteatro que fizessem intervenções no sentido da Direcção (todos lembram o que fazia o Né, o Salgado, o Álvaro e outros). Onde estão os estrategas políticos da AAFDL?

Erro nº 4
Falar de Regulamento e de Mapa de Exames é diferente por mais interpretações extensivas que se queiram fazer. E mesmo que não fosse, talvez fosse bom de ver, que "chutar para canto" significava ter uma RGA noutro dia, melhor preparados, com mais apoios. Não foi o que aconteceu e o resultado foi: pela primeira vez em muitos anos uma Direcção da AAFDL perdeu votações; pela primeira vez em muitos anos a Direcção da AAFDL foi vinculada em RGA a defender o que não queria; pela primeira vez em muitos anos houve oposição com caras mas sem um "rosto de lista". Esmagar a oposição tem disto... nunca sabemos com o que podemos contar e, os rostos, passam a ser independentes.

Erro nº 5
Não ter o parecer do Conselho Fiscal sobre o Orçamento da AAFDL. RGA suspensa para a data que foi proposta e chumbada pelos presentes e pela Direcção...

Com esta análise, que não é pessoal, resumo a RGA de ontem. Com esta análise me despeço pois esta foi (ainda não sei se faço mestrado ou não), em princípio, a minha última RGA. Fiz intervenções na minha primeira, estive calado nas demais (durante 3 anos!) e falo novamente na última. Até sempre!

Enquanto ligavas eu...

Estendia!
Vida de Estudante...

Talvez o problema seja mesmo esse

Pensar em demasia...

"É dança mais pungente, mão a atrás e outra à frente, valsa de um homem carente."

In veritas, veritatis

Poetriceria IV - sem nada

Ontem fui com o Barbosa a Sintra. Passeamo-nos pelas ruas, pelas quintas... Depois perguntei-lhe:
- Barbosa, tu tens tudo! Tens uma vida dessafogada, uma capacidade única de estar e ter amigos, de te fazeres ver e ouvir. Como te sentes?

- Bem, mas nem tudo são rosas...

- O que são rosas? - disse por entre dentes. - Já não sei o que isso é...

- Rosas são os momentos bons!

- Eu sei o que quiseste dizer... Mas, como sabes, eu já não acredito na vida, pelo menos como tu a vives e como tu a tens. Diz-me: a que é que te agarras quando a tua vida é uma sucessão de erros, quando não tens onde te agarrar, porque lutar?

- Sei lá... A Deus?

- Deus morreu! Deus está morto e enterrado!

- Não enerves, por favor - tentava acalmar-me - tudo tem solução!

- O problema é esse, Barbosa, nem tudo tem solução... E eu sou uma dessas coisas!

Não falamos mais depois. Apanhamos o comboio e rumamos a casa com um "até amanhã".

Nostalgia